Fundação Radier se destaca por sua praticidade e versatilidade, sendo ideal para diversos tipos de projetos. Neste artigo, vamos explorar tudo sobre a fundação radier: o que é, como é feita, suas vantagens e desvantagens, e quando sua utilização é mais adequada. Continue lendo!
O que é uma fundação radier?
A fundação radier, também conhecida como laje de fundação, é um tipo de fundação contínua que consiste em uma laje de concreto armado, de espessura uniforme, que se estende por toda a área da construção. Diferentemente de fundações tradicionais com sapatas ou estacas, o radier distribui as cargas da edificação de forma uniforme sobre o solo. Essa distribuição de carga é uma de suas principais vantagens. É adequada a construções de diversos portes, desde que o solo apresente resistência suficiente.
Como é feita uma fundação radier?
A construção de uma fundação radier envolve as seguintes etapas:
- Estudo do solo: A análise geotécnica é fundamental para determinar a tensão admissível do solo e definir as dimensões, ferragens e demais características estruturais.
- Preparação do terreno: O terreno precisa ser nivelado e compactado para garantir uma base estável. Pode ser necessário a execução de terraplanagem e a retirada de material orgânico.
- Execução da armadura: Uma armadura de aço, calculada de acordo com o projeto estrutural, é posicionada sobre a base preparada. Essa armadura garante a resistência da laje.
- Concretagem: O concreto é lançado sobre a armadura, garantindo o preenchimento completo e a homogeneidade da laje. O processo de cura do concreto é crucial para garantir a resistência final.
- Acompanhamento e controle de qualidade: Durante todas as etapas, é essencial o acompanhamento e o controle de qualidade para garantir a conformidade com o projeto.
Vantagens da fundação radier:
- Simplicidade de execução: Comparativamente a outras fundações, a execução é mais rápida e simples.
- Menor custo (em alguns casos): Em determinados projetos, o custo pode ser inferior a outras soluções.
- Maior resistência e estabilidade: A laje contínua proporciona maior resistência e estabilidade à estrutura.
- Excelente distribuição de carga: Minimiza os riscos de recalques diferenciais.
- Impermeabilidade (em alguns casos): Pode auxiliar na impermeabilização da construção.
Desvantagens da fundação radier:
- Alto consumo de concreto: Requer um volume significativo de concreto.
- Custo elevado (em alguns casos): Em projetos com grandes áreas, o custo pode ser significativo.
- Maior tempo de execução (em alguns casos): Dependendo do tamanho do projeto, o tempo de execução pode ser maior que outras soluções.
- Dificuldade em reparos: Reparos em caso de danos podem ser complexos.
Quando não utilizar uma fundação radier?
A fundação radier não é a solução ideal para todos os projetos. É importante evitar sua utilização em situações como:
- Solos muito instáveis ou com problemas geológicos severos: Nesses casos, outras soluções, como estacas, são mais adequadas.
- Projetos com restrições de altura: A espessura da laje pode comprometer a altura disponível para a construção.
- Projetos com restrições orçamentárias severas: Em alguns casos, o custo pode ser proibitivo.
Solos inadequados para a fundação radier
A escolha de uma fundação radier, assim como qualquer outro tipo de fundação, é fortemente influenciada pelas características do solo. Alguns tipos de solo podem tornar a fundação radier inadequada ou exigir adaptações significativas no projeto. Os principais tipos de solo que afetam a escolha da fundação radier são:
1. Solos Argilosos:
Solos argilosos apresentam alta compressibilidade e variações significativas de volume em função do teor de umidade. O que quer dizer que podem sofrer recalques diferenciais significativos ao longo do tempo, podendo causar problemas estruturais em uma fundação radier. Se o solo argiloso for utilizado com uma fundação radier, é necessário um estudo geotécnico detalhado para determinar a capacidade de suporte, prever os recalques e adotar medidas para mitigá-los, como a utilização de geomembranas ou a execução de uma camada de compactação. O comportamento expansivo de alguns solos argilosos também precisa ser considerado.
2. Solos Areno-Argilosos:
Solos areno-argilosos apresentam características intermediárias entre solos arenosos e argilosos. Sua capacidade de suporte é geralmente maior que a dos solos argilosos puros, mas ainda podem apresentar problemas de recalque, principalmente se tiverem alta compressibilidade. A análise geotécnica é fundamental para avaliar a capacidade de suporte e a possibilidade de recalques diferenciais.
3. Solos Arenosos:
Solos arenosos geralmente apresentam boa capacidade de suporte, o que os torna adequados para fundações radier. No entanto, a permeabilidade dos solos arenosos pode ser alta, podendo afetar o nível da água subterrânea e necessitar de medidas de drenagem. A presença de areia fofa ou solta pode exigir compactação para garantir a estabilidade da fundação.
4. Solos Siltosos:
Solos siltosos são altamente compressíveis e podem apresentar problemas de liquefação em caso de terremotos. Sua baixa capacidade de suporte os torna inadequados para fundações radier sem medidas de reforço, como a utilização de estacas ou melhoria do solo.
5. Solos Orgânicos:
Solos orgânicos, como turfas e materiais vegetais em decomposição, possuem baixa capacidade de suporte e alta compressibilidade. São totalmente inadequados para fundações radier sem tratamento prévio, que pode envolver a remoção do solo orgânico e sua substituição por material mais resistente.
6. Solos Rochosos:
Solos rochosos oferecem excelente capacidade de suporte, tornando-os ideais para fundações radier. No entanto, a preparação do terreno pode ser mais complexa e dispendiosa devido à necessidade de escavação e nivelamento da rocha.
7. Solos Expansivos:
Solos com argilas expansivas sofrem variações de volume significativas em função da umidade. Isso pode gerar tensões elevadas na fundação radier, levando a fissuras e danos estruturais. O projeto deve considerar o comportamento expansivo do solo e adotar medidas para mitigá-lo, como a utilização de geomembranas ou a execução de uma camada de compactação.
Além da classificação do solo, outros fatores importantes a serem considerados incluem:
- Nível do lençol freático: Um lençol freático alto pode aumentar a pressão hidrostática no solo, reduzindo sua capacidade de suporte e afetando a durabilidade da fundação.
- Sismicidade da região: Em regiões sísmicas, a fundação radier deve ser projetada para resistir às forças sísmicas.
- Presença de materiais orgânicos: A presença de materiais orgânicos pode reduzir a capacidade de suporte do solo e aumentar a compressibilidade.
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